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sábado, 4 de dezembro de 2010

SOMOS MOLES - Autoria de Manuel Forjaz in "Facebook"


SOMOS MOLES! Os portugueses são moles, não gostamos de nada radical, definitivo, gostamos de adaptar, excepcionar, adequar! Não há aumentos diz o governo! Não não, há para as empresas onde o estado intervém, diz depois! Como nos podemos surpreender se depois todos querem ser a excepção? O Governo dos Açores é mole e fez muito bem em lusitanamente aumentar os salários...

    • Somos moles tb na NOVA LÍNGUA PORTUGUESA...

      Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado!
      As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico'.
      De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa'.
      Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.
      E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas'.
      O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez';
      Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'
      Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores';
      As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas' e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
      O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante.
      Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
      A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
      Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'.
      Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
      Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
      As putas passaram a ser 'senhoras de alterne'.
      Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.
      E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
      Estamos lixados com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.

      E falta ainda esclarecer que os tradicionais "anões" estão em vias de passar a "cidadãos verticalmente desfavorecidos"...
      Os idiotas e imbecis passam a designar-se por "indivíduos com atitude não vinculativa".
      Os pretos passaram a ser pessoas de cor.
      O mongolismo passou a designar-se síndroma do cromossoma 21.
      Os gordos e os magros passaram a ser pessoas com disfunção alimentar.
      Os mentirosos passam a ser "pessoas com muita imaginação".
      Os que fazem desfalques nas empresas e são descobertos são "pessoas com grande visão empresarial mas que estão rodeados de invejosos".
      Para autarcas e políticos, afirmar que "eu tenho impunidade judicial", foi substituído por "estar de consciência tranquila".
      O conceito de corrupção organizada foi substituído pela palavra "sistema".
      Difícil, dramático, desastroso, congestionado, problemático, etc., passou a ser sinónimo de complicado.


      Deixei aqui este texto por considerar que é deveras pertinente, espero que gostem!