
A criança que não queria falar
“A criança que não queria falar” é uma história verídica, escrita por uma professora do ensino especial que se dedica a crianças com dificuldades e perturbações mentais e emocionais. Toda esta história transparece uma comovente relação entre Torey Hayden, a professora, e Sheila, a aluna de apenas seis anos, marcada pelo um passado de abandono e rejeição, ferida pela própria vida, abusada e desumanamente maltratada que, ao raptar um miúdo de quatro anos para lhe atear fogo, é encaminhada para um hospital psiquiátrico. Na altura não existia vaga no hospital, então foi enviada para uma turma de ensino especial onde Torey Hayden lecciona. Ao ser inserida nesta turma, junto com mais oito crianças, Sheila, revela ser uma criança problemática, cujos laços de relacionamento não existem. Tudo isto aliado a um pai alcoólico e drogado, que não aceitava caridade, e ao facto de ter sido abandonada por uma mãe adolescente, que a deixou à beira de uma auto – estrada.
Depois de alguns meses, Torey verifica que Sheila tem uma capacidade de aprendizagem superior à das outras crianças da sua idade e isso chama-lhe a atenção, consegue com que Sheila realize testes onde se confirma que o grau de inteligência é elevado para uma menina de seis anos. Depois de vários meses, finalmente, abriu uma vaga no hospital psiquiátrico onde Sheila estava inscrita. A Torey soube, não concordou com a decisão e falou com o namorado Chad, advogado, para tentar alterar a decisão do juiz. O caso da Sheila foi novamente a juiz e foi decidido que ela estava mais calma e assim não era preciso ir para o hospital.
Durante este percurso, um tio da Sheila sai da prisão e apresenta-se muito amigo dela, até que chega uma altura em que ele tenta abusar dela. Como ela não permitiu, ele meteu-lhe uma faca na vagina e acabou por cortá-la. Ela foi para a escola e Torey notou que se passava algo, porque Sheila estava muito branca e ia muitas vezes à casa de banho. Torey chegou a um ponto em que viu que ela estava a perder muito sangue e levou-a para o hospital, onde ela foi operada e esteve em perigo de vida. Sheila era uma garota muito forte, conseguiu ultrapassar esta má fase da sua vida.
Quando estava a chegar o fim do ano, Torey descobriu que os seus alunos iam ser separados, aquela turma ia deixar de existir por falta de verbas. Na mesma altura, Torey recebeu a resposta da universidade onde se tinha inscrito para voltar a estudar. O grande problema de Torey agora era Sheila, tinha que a convencer que as aulas iam acabar e que no ano seguinte ela não ir estar consigo. A professora conseguiu falar com uma colega para ver se ficava com Sheila numa aula mais avançada e a colega aceitou. No inicio, Sheila não aceitava esta decisão, mas como Sheila já tinha mudado muito, ela no fim acabou por aceitar a decisão de Torey.
É muito difícil de tomar conta de crianças com problemas mas, como muito amor e paciência, uma pessoa consegue tudo delas.
Citação
“Concentrada em qualquer música interior, deslizava e rodopiava ao som da mesma. Outros transeuntes fitavam-na com um ar divertido. Um salto, uma pirueta e depois alguns arabescos. Era quais irreal vê-la dançar sozinha ao sol, os cabelos desenhando uma enorme roda amarela e cintilante.”

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